Sabia que tal como exercita o seu corpo, devia exercitar o seu cérebro? Agora já sabe e nós damos-lhe 10 ideias de como o fazer.
Se pensa que tem um stock limitado de neurónios que diminuirá com a idade, desengane-se. O cérebro tem uma capacidade fascinante de se reorganizar e só precisa que puxe por ele. Veja o que a ciência já descobriu e exercite a sua mente.
Sabia que tal como exercita o seu corpo, devia exercitar o seu cérebro? Agora já sabe e nós damos-lhe 10 ideias de como o fazer. Afinal, de nada serve um corpo são se não tiver uma mente sã para o complementar.
1. Surpreenda-se
Está provado que as situações novas estimulam os neurónios. Aprender a tocar um instrumento ou a falar outro idioma, por exemplo. E a idade não é desculpa. Ao longo da vida o cérebro pode mudar e para melhor, revela estudo divulgado pelo Journal of Cognitive Neuroscience.
2. Um a dois cafés por dia
Os benefícios na prevenção da doença de Alzheimer, Parkinson ou até da depressão mostram como o café é um aliado do cérebro. Mas tudo depende do tipo de consumidor que é. Investigadores italianos acompanharam um grupo de 1445 participantes entre 65 e 84 anos, durante mais de três anos e constataram que o efeito neuroprotetor da bebida está associado aos hábitos de consumo. Quem bebe café de uma forma regular e moderada – um a dois por dia – ao longo da vida tem menor risco do que quem aumenta o consumo ou quem o bebe raramente ou nunca.
3. Dormir aguça a memória
Uma equipa de investigadores britânicos e espanhóis demonstrou que o sono não só ajuda a preservar a memória como facilita o acesso às recordações, permitindo até lembrarmo-nos de factos que julgávamos ter esquecido quando estávamos acordados. Segundo os investigadores, ao acordar duplicam as possibilidades de recordar informação, um fenómeno que acreditam dever-se à ação do hipocampo.
4. Mais exercício físico, mais neurónios
Embora o cérebro corresponda a apenas cerca de três por cento do peso corporal, utiliza 15 por cento do volume sanguíneo e 20 por cento do oxigénio. A atividade física aumenta o aporte de oxigénio a nível celular, favorecendo a oxigenação do cérebro, e está associada à libertação de uma proteína que promove a produção de neurónios.
5. Reduzir o stress
Um estudo, divulgado na publicação Molecular Psychiatry, revela que a exposição a stress crónico pode interferir nas funções cerebrais e aumentar o risco de ansiedade, dificuldade de aprendizagem ou perturbações do humor. Por isso, reserve, todos os dias, cinco a dez minutos para relaxar.
6. Meditar, meditar
Investigadores descobriram recentemente uma ligação entre a meditação e a massa cinzenta, cujo volume tende a diminuir a partir da idade adulta. A equipa da University of California (UCLA) comparou dois grupos e concluiu que quem meditava há vários anos tinha menos zonas afetadas pelo envelhecimento, bem como uma perda de massa cinzenta inferior à do outro grupo. As conclusões reforçam outros benefícios já atribuídos à meditação, como o menor risco de doenças neurodegenerativas.
7. Criar laços fortes
Participar ativamente na comunidade fortalece os laços sociais e mantém o corpo e a mente saudáveis. Estima-se que as relações sociais reduzam o risco de problemas cognitivos, bem como de depressão e stress. A nível familiar, os laços também influenciam a química cerebral. Cientistas de Yale constataram que a paternidade pode alterar a zona do córtex pré-frontal masculino, tornando os homens empáticos e capazes de desempenhar várias tarefas em simultâneo. Estas alterações verificam-se, em especial, nos recém-pais que participam desde cedo nos cuidados do bebé.
8. Acelerar o passo
Investigadores do Centro de Alzheimer da Universidade do Kansas (EUA) descobriram que a prática física regular melhora os níveis de atenção, a capacidade de concentração e a memória visual-espacial. Ao analisarem pessoas com mais de 65 anos, comparando quem praticava 75, 150 (recomendação geral) e 225 minutos semanais de atividade física, concluíram que o exercício traz sempre benefícios. Mais importante do que contar os minutos é a intensidade a que pratica. Para garantir benefícios cardiovasculares o esforço deverá ser no mínimo moderado, por exemplo, caminhar a um passo rápido.
9. Quebra-cabeças
Xadrez ou palavras-cruzadas não são os aliados exclusivos de um cérebro em forma. São apenas exemplos, dizem os especialistas, frisando que o segredo está no desafio, ou seja, confrontar os neurónios com situações novas e intelectualmente exigentes. Diversificar o tipo de atividade é também importante, para estimular áreas cerebrais distintas como a memória, o raciocínio, a concentração ou a perceção visual. Importa ainda não esquecer o prazer, pois só isso garante uma experiência enriquecedora e duradoura.
10. Tecnologia q.b.
A internet pode afetar o cérebro? Pelo menos parece mudar a forma como o usa. O estudo Google Effects on Memory: Cognitive Consequences of Having Information at our Fingertips, divulgado na revista Science, concluiu que as pessoas tendem a recordar melhor informação à qual julgam não ter acesso posteriormente do que dados disponíveis online. Demonstram ainda mais facilidade em recordar onde guardam a informação do que o seu teor. Embora nem todos os especialistas apontem defeitos ao uso da internet, contar demasiado com a “memória externa” pode aumentar a dependência das tecnologias e, sobretudo, desperdiçar o potencial do cérebro.