Estudos científicos defendem que os momentos de pausa podem ter um impacto decisivo na produtividade de cada um. Vá de ferias!
Estudos científicos defendem que os momentos de pausa podem ter um impacto decisivo na produtividade de cada um. Goze o verão descansado e regresse ao trabalho cheio de energia.
A pilha de papéis não para de crescer, os e-mails sucedem-se e, mesmo se a secretária não se encontra no ângulo de visão, o telemóvel está sempre consigo para lembrá-lo de tudo o que há para fazer. É a rotina típica de muitos daqueles que, apesar de ansiarem por umas merecidas férias, acabam por adiar a partida ou encurtar a estadia em prol da produtividade. Dados do Glassdoor UK Annual Leave Survey, inquérito realizado em 2014 no Reino Unido, revelam que os britânicos apenas gozam 2 terços do período de férias a que têm direito (28 dias). As principais razões apontadas são a dedicação ao trabalho, o desejo de ser aumentado ou o receio de ficar para trás ou, mesmo, de perder o emprego.
Ora o trabalho ininterrupto não é sinónimo de produtividade, alertam os investigadores, defendendo que as férias devem ser levadas a sério tanto pelos trabalhadores como pelas empresas. Conheça os benefícios que uma pausa pode trazer para si e para o seu trabalho.
Uma pausa, melhor desempenho
Vários estudos têm demonstrado que, por exemplo, uma mera sesta permite melhorar o rendimento de atletas, a concentração de controladores aéreos e a capacidade de memória de qualquer um de nós. Se uma sesta tem este poder, vários dias longe do escritório só podem ser benéficos. De facto, em termos profissionais, um dos aspetos em que os períodos de férias são particularmente importantes é na gestão do stress e na redução dos sintomas de . Esta síndrome, identificada na década de 70, é comum no contexto profissional atual e caracteriza-se pelo desgaste físico, psicológico e emocional na sequência de um contexto de pressão e esforço constantes. Por outras palavras, significa levar o organismo ao limite. Uma das ferramentas que pode prevenir e minimizar este problema é, precisamente, ir de férias, defendem os especialistas. Estima-se que, nestes casos, os benefícios se fazem sentir com uma interrupção de 2 semanas. Para além das vantagens associadas à redução dos níveis de stress, as férias permitem realmente recarregar as baterias: ao regressar as pessoas encontram-se mais dinâmicas, concentradas, dedicadas e criativas, desempenhando assim de forma mais eficaz as suas funções.
As consequências de não ter férias
4 em cada 10 inquiridos terminaram o ano sem gozar a totalidade dos dias de descanso a que tinham direito, concluiu um estudo realizado nos EUA em 2013 pela Oxford Economics para a U.S. Travel Association e que envolveu mais de 900 pessoas ativas. Embora ainda haja quem possa considerar este dado positivo para a produtividade, especialistas alertam para o fato de que trabalhar mais horas e não fazer férias é prejudicial, tanto para o trabalhador como para a empresa. As pessoas não conseguem manter níveis de criatividade nem suportar uma intensidade de trabalho elevada se não tiverem períodos de recuperação. O organismo funciona em ciclos e, tal como precisa de dormir à noite para encarar um novo dia, também deve alternar momentos de concentração e de esforço intenso com repouso ou relaxamento. Trabalhar em modo “alerta”, sem as pausas necessárias, traduz-se num aumento de stress que, por sua vez, afeta o desempenho e a capacidade de concentração, bem como a capacidade de tomar boas decisões e de encontrar soluções adequadas aos problemas. A motivação e até o ambiente entre colegas também vão ser um reflexo da falta de descanso.
Descansar, conviver e relaxar
De acordo com os autores do estudo realizado para a U.S. Travel Association, o aumento de produtividade pode até verificar-se antes de partir, devido à motivação incutida pelas férias que aí vêm e o desejo de deixar tudo organizado. Mas é graças à pausa longe do trabalho (e de preferência sem contacto via e-mail ou telemóvel) que os maiores benefícios se fazem sentir, seja qual for o cargo exercido, concluem os investigadores. Caminhar, fazer meditação, praticar desporto e conviver ou conhecer novas pessoas e realidades e são apenas alguns exemplos das experiências que podem enriquecer umas férias.
Impacto das férias no quotidiano
E os benefícios das férias não se restringem à saúde e desempenho posterior no trabalho. Podem ainda refletir-se na felicidade e qualidade de vida de cada um, nomeadamente no equilíbrio das relações familiares, do casamento e do contacto social que ligam cada pessoa à vida fora do escritório. No mesmo estudo referido atrás, 50% dos inquiridos apontaram um impacto positivo das férias nas relações pessoais e sociais, e cerca de 60 indicou melhorias nas relações familiares. Para quebrar a rotina, adotar uma atitude aberta e usufruir deste período em pleno é importante manter a máxima distância da esfera profissional e evitar aquilo que 44% dos britânicos tende a fazer durante as férias: trabalhar.
Cientistas de todo o mundo destacam os benefícios que o período de férias têm para a produtividade, contrariando a crença do trabalho intensivo e sem pausas como sinónimo de eficácia e sucesso profissional. Por isso, aproveite as suas férias e descanse para voltar ao trabalho com mais energia.
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